O veto parcial da prefeita ao artigo 1º da Lei nº 15.385/2024, que envolve o aumento salarial dos médicos, gerou debate na Câmara Municipal de Ponta Grossa. A medida vetou uma emenda do vereador Dr. Erick Camargo, que vinculava os salários dos médicos a 80% do valor pago à prefeita. O Portal Click da Notícia conversou com o vereador e com o procurador do município, Gustavo da Matta, sobre o assunto.
A versão do vereador Dr. Erick Camargo
Dr. Erick Camargo explicou que a emenda apresentada por ele tinha o objetivo de resolver o problema da escassez de médicos nos postos de saúde da cidade. Ele destacou que Ponta Grossa oferece um dos menores salários para médicos na região, o que leva muitos profissionais a deixarem a cidade em busca de melhores condições de trabalho.
“Há muito tempo, ouvimos do Executivo que é necessário aumentar o teto salarial para atrair médicos. Quando o projeto chegou à Câmara, não havia nenhuma previsão sobre os salários dos médicos. Achei estranho e, por isso, apresentei a emenda que equiparava os salários dos médicos a 80% do valor pago à prefeita. Infelizmente, a emenda foi vetada pela prefeita sem justificativa clara,” afirmou o vereador.
Ele também lamentou a falta de debate entre o Executivo e o Legislativo. “O que mais me incomoda é a ausência de diálogo. As decisões importantes para o município deveriam ser discutidas na Câmara Municipal e não decididas por decreto ou canetada. Isso causa decepção, especialmente entre os vereadores da base partidária, que esperam mais abertura e comunicação com o Executivo,” criticou.
A versão do Procurador Gustavo da Matta
O procurador do município, Gustavo da Matta, foi questionado pelo Portal Click da Notícia sobre uma reunião recente com uma parte da classe médica e alguns vereadores, onde o planejamento para a valorização dos médicos foi discutido. Ele explicou que, embora a emenda do vereador Dr. Erick tenha sido vetada, o Executivo continua comprometido com a melhoria salarial dos médicos, de maneira gradual e planejada.
“A pauta dessa reunião foi justamente o planejamento do Executivo, que primeiramente trataremos do aumento do salário da prefeita. Após essa aprovação, o próximo passo será ajustar o teto salarial dos médicos. A partir do segundo momento, com a aprovação da lei, conversaremos com a classe médica de forma combinada, com a participação de uma comissão médica e uma comissão do Executivo, para tratar da questão do salário inicial dos médicos, que tem um grande impacto no município,” disse Gustavo.
Ele reforçou o compromisso do Executivo em resolver a questão salarial de forma responsável, buscando um diálogo contínuo com a classe médica para garantir que o aumento seja implementado de maneira sustentável para a cidade.
Expectativas futuras
Com o veto da prefeita, o projeto segue o trâmite legislativo e deverá ser discutido novamente na Câmara Municipal. O vereador Dr. Erick e o procurador Gustavo da Matta concordam que é necessário continuar o debate sobre os salários dos médicos e buscar soluções que atendam às necessidades da população e dos profissionais da saúde, mantendo sempre o respeito às competências e às limitações jurídicas.
O impasse sobre o aumento salarial dos médicos segue no centro das discussões políticas, com a expectativa de que novas negociações sejam feitas no início de 2025, quando os novos membros da mesa diretora da Câmara Municipal forem eleitos.
Fonte: clickdanotícia.com.br