A Polícia Civil de Ponta Grossa, por meio do Setor de Homicídios, indiciou formalmente Nunes Silvério de Melo pelo homicídio qualificado dos irmãos Gilberto Vasconcelos e Josiel Vasconcelos, ocorrido na última sexta-feira (25/04).
Conforme apurado durante as investigações, o crime aconteceu por volta das 6h da manhã, quando as vítimas realizavam manobras para entregar uma carga no pátio de uma empresa. Devido à existência de um caminhão estacionado no local, foi necessário obstruir parcialmente a pista contrária, situação comum naquela área.
Neste momento, o indiciado, Nunes Silvério de Melo, deliberadamente bloqueou a passagem dos caminhões conduzidos pelas vítimas, com claro propósito de causar confusão. Quando solicitado a recuar seu veículo para permitir a passagem, recusou-se.
Gilberto Vasconcelos, tentando solucionar o impasse, desceu do caminhão e pediu ao motorista do veículo estacionado à frente que avançasse um pouco, liberando o trajeto. Nesse momento, o indiciado proferiu ofensas e xingamentos contra Gilberto.
Ao se aproximar do caminhão do agressor, Gilberto foi surpreendido: Nunes Silvério de Melo desceu do veículo portando um facão em uma mão e uma faca na cintura. Em ato claro de intenção homicida, golpeou Gilberto com a faca na região abdominal, além de causar ferimentos em suas mãos com o facão.
Ao perceber a agressão, Josiel Vasconcelos correu em socorro ao irmão. Durante a tentativa de imobilizar o agressor, Josiel foi atingido por diversos golpes de faca, sendo que uma das armas ficou cravada em seu corpo. Mesmo gravemente ferido, ainda tentou se afastar, retirando a faca do próprio corpo, mas caiu em óbito a poucos metros do local.
Após os crimes, o indiciado recolheu a faca e, de maneira tranquila, conversou com outros caminhoneiros, alegando ter agido em legítima defesa e responsabilizando a empresa pelo ocorrido. Imagens dessa interação foram registradas.
O delegado responsável pelo caso, Luís Gustavo de Souza Timossi, indiciou o suspeito por homicídio qualificado, considerando motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas. A pena para os crimes imputados pode chegar a 30 anos de prisão.
A Polícia Civil destaca que as vítimas não possuíam antecedentes criminais ou registros de envolvimento em confusões anteriores.
O delegado também salientou que a alegação de legítima defesa apresentada pelo indiciado não encontra respaldo nas provas colhidas, visto que foi o próprio Nunes Silvério quem iniciou a situação de conflito de forma deliberada e agressiva.
As investigações ainda estão em curso e devem ser concluídas nos próximos dias. Enquanto isso, Nunes Silvério de Melo, que teve a prisão preventiva decretada pelo Poder Judiciário, aguarda preso na Cadeia Pública local.
Fonte: PCPR



